Autoridades indianas lançam ações repressivas contra adivinhos devido à crueldade a que são submetidos os periquitos, aves protegidas pela lei ‘Wildlife Protection Act’, de 1972. As informações são do jornal The Hindu.
Foto: The Hindu
Tudo indica que os videntes da cidade de Hyderabad, capital do estado de Andhra Pradesh, ao sul da Índia, estão tendo dias difíceis. Muitos deles foram investigados pelo Departamento Florestal de Andhra Pradesh por suspeita de tortura e tratamento cruel infligido aos periquitos.
Ucko Giridhar Gopal, oficial do ‘Animal Welfare Board of India’, órgão consultivo legal sobre prevenção de crueldade contra animais, declarou que as incursões nos locais de exploração desses pássaros nas regiões de Chirkur, Kukatpally e Ameerpet foram conduzidas por membros do Departamento Florestal do Estado em conjunto com o ‘Wildlife Crime Control Bureau’, organização governamental de proteção da vida selvagem no país.
“Cerca de 23 periquitos-de-colar-rosa foram resgatados por funcionários do governo e de organizações de defesa dos direitos animais”.
Periquitos feridos
“As penas dos periquitos são arrancadas e eles ficam, quase sempre, acorrentados às grades das gaiolas. Os adivinhos vêm explorando os periquitos para atrair clientes e usando o pretexto de que eles, supostamente, são capazes de prever o futuro”, disse Gopal. Periquitos gravemente feridos foram encaminhados para o hospital veterinário do Parque Zoológico Nehru (Nehru Zoological Park), para receber tratamento médico.
Integrante da ‘People for Animals’, organização que defende os direitos animais, o senhor Dattu declara que explorar periquitos para fins comerciais, aprisionando-os em gaiolas ou causando-lhes ferimentos, é considerado crime, de acordo com as leis ‘Wildlife Protection Act’ (Lei de Proteção da Vida Selvagem), de 1972 e ‘The Prevention of Cruelty to Animals Act’ (Lei de Prevenção da Crueldade contra Animais), de 1979.
Mesmo cientes de que periquitos e papagaios, entre outras aves, estão sob a proteção de legislação, os videntes continuam a explorá-los de forma ilegal para continuar com seu comércio.
Dattu afirmou que 200 mil rúpias indianas (aproximadamente R$7.500,00) foram oferecidas aos adivinhos, como incentivo para que terminassem com seu comércio ilegal. “Eles poderiam abrir seus próprios negócios, como pequenas mercearias com variedades de produtos (kirana shop) ou alugar ‘auto-rickshaws’ ( pequenos carros de três rodas, muito comuns na Índia) e ganhar a vida honestamente”.