Abandono de animais: uma vergonha nacional!
Uma das minhas grandes paixões é os cães! Gosto de todos! Rafeiros ou de raça… grandes ou pequenos!
No entanto, o modo como alguns humanos (com letra minúscula) tratam os cães é revoltante.
Este perfil cronológico que vou apresentar em seguida, se não é real, podia ter acontecido em qualquer lar português:
1) Um casal passeia com o seu filho numa grande superfície e avista uma loja de animais. Com a sede do consumismo entranhada nas vísceras e perante a incapacidade de contrariar o filho, compram um cachorro que, provavelmente, foi separado prematuramente da mãe.
2) Nos primeiros meses de vida, o cachorro é o centro das atenções e um “irmão” para a(s) criança(s) da casa.
3) No entanto, ele cresce muito depressa. Começa a estragar a mobília e a fazer xixi nos tapetes porque nunca foi ensinado correctamente. Começam os castigos…
4) Lentamente, o cachorro começa a ser afastado da casa. Nesta fase, o seu habitat é o pátio ou o quintal. Começa a fase de fazer buracos na terra, como os seus antepassados lobos, quando escondiam comida.
5) Com um ano de idade, o cão torna-se adulto e os seus donos constatam que ele cresceu mais do que o esperado.
6) Quanto maior é o cão, maior tenderá a ser os estragos das suas “traquinices”! Por isso, os donos optam por prender o cão. Com um pouco de sorte, ele ainda se mover para apanhar um pouco de sol. O cão começa a aperceber-se de que a “sua família” já não o deseja... Nesta fase, os humanos começam a esquecer-se que o cão tem fome e sede.
7) No dia mais quente da Primavera, os donos resolvem finalmente soltar o cão para o levar num passeio. Quando chegam a uma mata mais isolada, abrem a porta do carro para o cão sair e desaparecem rapidamente.
8) A angústia do cão é enorme ao perceber que o carro se afastava e eles não paravam! Procurará em vão encontrar o caminho de regresso a casa. Cansado e perdido, é ajudado por algumas pessoas de bom coração que o olham com tristeza e lhe dão de comer...
9) Poderá ter o azar de passar por uma escola e deparar-se com um grupo de crianças que lhe atiram uma chuva de pedras. Ainda há poucos meses as crianças eram as suas companheiras de brincadeiras por isso o cão não compreende estes comportamentos. Eu sou um animal dito racional e também não compreendo… ou a estupidez é hereditária (mas não existe nenhuma evidência biológica para isso) ou, salvo algumas excepções, as nossas crianças são uns putos mimados, mal-formados e que reflectem as práticas que os pais têm para com os animais.
10) Se o cão não ficar cego com este tratamento de choque por parte das crianças, pode ser atropelado, envenenado ou tratado aos pontapés.
11) Se sobreviver a tudo isto, as dores começam a ser insuportáveis, existem dificuldades de locomoção e o pelo começa a ter um aspecto miserável.
12) Eis que o ansiado dia seja. O veterinário ao tocar-lhe diz: “Infelizmente este cão não tem salvação, o melhor é que deixe de sofrer”. Sentirá somente a picada da injecção e dormirá para sempre. Se o cão fosse dotado de razão, pensaria: “Porque nasci se ninguém me queria...”.
13) Ainda assim, este cão teve sorte porque alguns municípios ainda fazem o abate de cães por electrocussão.
Neste país, quase ninguém é castigado por abandonar animais. A legislação contempla uma coima que pode ir dos 500 aos 3740 euros, mas a burocracia inerente ao processo da contra-ordenação é tanta que, invariavelmente, acaba por resultar em nada. Em caso de azar, o infractor pode ainda demonstrar que não pode pagar o montante e... não paga!
No fim de ler todo este texto ainda tem a certeza que o Homem é um animal racional?
Se este texto baseado num Powerpoint do núcleo de Pombal da SOSAnimal não lhe foi indiferente, pode consultar as informações constantes em algumas associações de defesa dos animais.
0 comentários:
Postar um comentário