Uma espécie de tartaruga-gigante das ilhas Galápagos pode ser resgatada da extinção apesar da morte, neste ano, do seu último espécime, conhecido como "George Solitário", que havia se tornado uma atração turística e um ícone dos preservacionistas.
O material genético da espécie de George, que foi em grande parte exterminada nos anos 1800 por piratas e baleeiros que consumiam sua carne, sobrevive em tartarugas de espécies aparentadas das ilhas, e os cientistas acham que seria possível trazer a espécie original de volta.
Um estudo do Parque Nacional de Galápagos e da Universidade Yale mostrou que pelo menos 17 tartarugas da ilha Isabela são descendentes da espécie de George, a Chelonoidis abingdonii.
"O estudo mostrou que entre a população de tartarugas que vive no vulcão Wolf há 17 indivíduos que têm traços genéticos de tartarugas que viveram na ilha de Pinta, de onde George Solitário provinha", disse o diretor do parque, Edwin Naula, à Reuters.
George tinha idade estimada em 100 anos e durante décadas os cientistas tentaram sem sucesso que ele se reproduzisse.
Pesquisadores acreditam que algumas tartarugas de Pinta, que fica cerca de mil quilômetros a oeste do Equador continental, tenham sido despejadas por marinheiros a caminho de Isabela, outra ilha das Galápagos, e que lá os animais teriam cruzado com espécies locais.
Naula disse que, revertendo esse processo, seria possível cruzar tartarugas com os traços genéticos da espécie "Chelonoidis abingdonii" e que em duas ou três gerações seria possível obter as autênticas tartarugas de Pinta.
"Poderíamos iniciar um processo longo e complexo, que levaria entre 100 e 150 anos", disse ele.
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