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Palanca Negra

Palanca Negra reaparece na África do Sul



A exclusividade continua aqui. Só um olhar atento de estudioso da espécie da Palanca Negra Gigante e parentes próximos pode discernir do que afinal se trata; se da espécie localizada só em Angola ou se haverá também como o exemplar que a foto feita num Zoológico de Pretória poderia induzir a existência de outra área no planeta como hospedeira da espécie rara. Embora se pareça tão semelhante com a Palanca Negra Gigante, tratase, na verdade, de uma espécie menor também chamada Palanca Real, pois tem importantes diferenças com a espécie só avistada em Angola até ao momento.

O engenheiro Pedro Vaz Pinto que, através do Centro de Investigação Científica da Universidade Católica de Angola, tem em curso um importante trabalho de campo de estudo do antílope que já provou a existência de alguns exemplares da Palanca Negra Gigante, clareando-se assim as névoas que pairavam sobre a sorte do antílope, esclarece as grandes diferenças entre um e outro animal. Antes, porém começa por explicar que a confusão é geralmente alimentada por caçadores de troféus que ao avistarem o exemplar que habita na vasta savana africana passam a generalizar a ideia de que eventualmente o animal se tivesse deslocado do seu habitat natural em consequência da guerra que atingiu o país por longos anos.

Para efeitos de melhor elucidação, Vaz Pinto começa por esclarecer que são todos animais da mesma família conhecidos pela nomenclatura latina geral como Hippotragus Níger Níger, mas a diferença começa já no nome, pois a espécie angolana é conhecida por Hippotragus Niger Variani. O animal que se encontra em cativeiro no zoológico da cidade de Pretória, capital da África do Sul, não é do grupo variani, embora aparentemente os dois animais apresentem traços físicos passíveis de levantar a confusão entre os menos atentos. Este dado é complementado com as diferenças físicas, cuja mais evidente é o tamanho dos chifres apontar as grandes diferenças assentes basicamente na diferença de tamanhos dos cornos.

Como se poderá melhor observar nas fotos disponíveis, a envergadura das presas do antílope angolano é maior, além das marcas na cabeça do animal. O cientista ressalta, entretanto, o facto de haver um terceiro grupo de palancas que ocorrem no Alto Zambeze, Oeste da Zâmbia e Sul da República Democrática do Congo, também chamada de Palancas do Leste, cujas características estão muito mais pró-ximas das da Palanca Negra Gigante, sendo mesmo capaz de confundir até mesmo um cientista versado no estúdio destes animais. Entre a comunidade científica, aliás, ainda não houve qualquer evidência de que a Palanca Negra Gigante tivesse sido avistada noutro lugar em todo o mundo, sendo as regiões de Cangandala, em Malanje, e do Luando, no Bié, os lugares onde podem ser avistados, porque estão ali reunidas um conjunto de características naturais propícias à sua sobrevivência.

Este dado pode ser entendido como indício forte de que o mesmo jamais poderia sobreviver num outro habitat que não fosse o de Malanje e Bié, pois nem mesmo a hipótese de fuga por ocorrência de condições adversas como a da intensa guerra que a região conheceu a isso induziu. “A captura da Palanca Negra Gigante é uma operação de tal forma complexa que exigiria em Angola um enorme esforço logístico, técnico, levaria meses e seria dramaticamente indiscreto”, nestes termos Pedro Vaz Pinto respondia a uma preocupação colocada por um interessado para negar categoricamente a possibilidade de o animal ter migrado, ressaltando que o mesmo não cruzava rios, montanhas ou outros obstáculos naturais.

No momento em que eram escassas as informações sobre a ocorrência do animal no interior de Angola e quando se manifestavam cada vez mais densas as suspeitas de que a Palanca Negra Gigante pudesse estar extinta, Luanda recebeu nos anos de 1995 a 1996 a presença de um ecologista e conservacionista, o actor brasileiro, Victor Fasano, que se propunha completar o seu santuário de animais no Brasil com a presença de um exemplar do bicho raro angolano. Na altura, o debate que se levantou em torno da questão era que sendo um símbolo não podia de modo algum permitir a sua «extradição» para outros meios naturais ou cativeiros sob pena de Angola perder a exclusividade como berço único da Palanca Negra Gigante.

Trapaças Vários fazendeiros sul-africanos, jardins zoológicos e mesmo até alguns cheik’s árabes já teriam sido alvos de tentativas de venda de gato por lebre. A venda de um exemplar destas falsas Palancas Negras Gigantes foi frustrada, num dos casos, pelo facto do comprador, o Zoo de San Diego, ter exigido exames genéticos que provaram ser inautêntica, daí ter o caso transitado para os tribunais, segundo Pedro Vaz Pinto. Um milhão de dólares era o montante que supostamente teria custado a venda de um destes falsos exemplares de Palanca Negra Gigante. A presença das Palancas Negras do leste tem aguçado o apetite de caçadores de troféus na região da Zâmbia.
 A palanca-negra, pala-pala ou palave (Hippotragus niger) é uma espécie de palanca nativa África Oriental e Austral.[1] Possui uma pelagem entre castanha e negra, com exceção do focinho e da barriga, que são brancos.

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